03
A rua do mercado
Ciclo um
Abryele acordou com um susto. A porta da frente batera violentamente. Isso nunca acontecera antes Alixandra sempre foi gentil e delicada em tudo, alguma coisa muito terrível havia acontecido.
- Alix! – Gritou com esforço. – Alix querida! É você?
- Sou eu mamãe.
A resposta foi sufocada, ela esteve chorando até pouco tempo. Sua filha esteve chorando e não havia nada que ela pudesse fazer. Teve muita vontade de chorar, mas se controlou. Uma das poucas alegrias de Alixandra era seu sorriso e ela sabia disso.
Em pouco tempo Alixandra surgiu com o almoço. Ela estava muito abatida e com o braço em uma tipóia. Aquilo foi um choque já que naquela manhã sua filha estava bem.
- O que aconteceu com o seu braço?
Alixandra nem se lembrava mais do seu machucado.
- Hã... Eu cai!
- Caiu? mas caiu aonde?
- No caminho pra escola! Uma mulher no posto de saúde me fez esse curativo e me deu sanduíches. Eles estão muito gostosos.
Sem muita vontade, ela provou os sanduíches; não eram tão bons quanto sua filha fazia parecer. Abryele queria que Alixandra comesse um pouco, mas ela se negava.
- Aconteceu alguma coisa na escola hoje?
Alixandra olhou para mãe com uma expressão desorientada.
- Alguma coisa?
- Sim! O que aconteceu hoje na escola.
- Hoje? Eu... Eu... Eu encontrei Vladimir no horário do lanche; ele me convidou para uma festa hoje à noite.
- É mesmo? – Abryele ficou muito aliviada, compreendia completamente o dilema de sua filha. – E você vai não é mesmo.
- É claro que não mamãe. Eu tenho muito que fazer.
- Não se esforce tanto, você tem que se divertir um pouco.
- Por favor! Que tipo de gente vai a uma festa em plena segunda feira?
- Todo mundo! Estamos em tempo de guerra, mais do que nunca as pessoas têm que se divertir. Você tem que se divertir.
- Eu ainda tenho que trabalhar mamãe. Acho que não vou ter tempo.
- Você sempre consegue um tempinho pra tudo, pode arranjar um tempinho pra você. Se quiser eu ligo pro senhor Mendes, eu tenho certeza que ele não se importaria em deixá-la sair mais cedo.
- Não! Não ligue pra ninguém. Eu falo com o senhor Mendes. Eu resolvo tudo depois.
- Então você me promete que vai a festa?
- Sim eu vou! Eu vou!
Abryele abraçou a filha.
- Viu? Não é nada demais. Era por isso que você estava chorando?
- Eu não estava chorando!
- Não minta pra mim. Você não é boa em mentir.
- Não é nada demais. É só que eu... A Belle...
- Belle Trufeau de novo? O que é que aquela menina má andou aprontando de novo?
- Belle? Ela... Ela...
Abryele pode perceber que era alguma coisa muito ruim. Alixandra explodiu em lagrimas. Nunca vira a sua filha naquele estado antes.
- Os caçadores foram à escola hoje. Disseram que ela era uma bruxa. Laçaram ela como se fosse um animal. Foi horrível. As pessoas aplaudiram. As pessoas aplaudiram. Deram choques nela. Na frente de todo mundo e ninguém fez nada. Nada. Foi horrível.
Abryele abraçou sua filha caridosa que tanto sentia pela perda de Belle. Ela acreditava que compreendia a dor da filha. mas não tinha a idéia de todo o sofrimento de Alixandra naquele momento. Com toda a força segurou seu braço embaixo da cama, longe de sua mãe. Ela queria abraçar a mãe, mas não podia. Não podia. De todos os seus problemas. De toda a dor.
Aquilo doía muito mais.
Ciclo dois
Alixandra pegou uma sacola bem grande e encheu de roupas de homem e em uma sacola menor colocou outras coisas de bastante valor. Deu um beijo de despedida em sua mãe e partiu para o mercado negro.
O cadáver continuava no mesmo lugar que estava naquela manhã. Depois de chorar nos braços de sua mãe ela se sentia mais forte. Mais do que nunca estava vivo em seu coração o motivo pelo qual continuava.
Um grupo de soldados passava nas proximidades.
- Senhor! – Chamou a atenção deles. – Aqui tem um cadáver.
- O que foi? – Perguntou um deles. – o que você quer?
- Eu disse que aqui tem um cadáver.
- Sim eu estou vendo. O que quer que eu faça?
- Hora! Que tire ele daqui.
- Eu não sou lixeira menina. Mais respeito.
- Lixeiro? Ele não é lixo é um ser humano morto.
- Cale a boca! – Gritou o soldado mais velho fazendo sinal para irem embora. - Já vi cadáveres de mais no campo de batalha.
Alixandra olhou para o cadáver e compreendeu. A guerra revelava as profundezas da alma humana. Todos estavam preocupados demais em sobreviver para se preocupar se o vizinho estava vivo ou morto. Belle havia partido, mas ela continuava. Com dificuldade pegou o saco de roupas e continuou para o mercado.
Dona Abryele acreditava que sua filha ia trabalhar todas as tardes como faxineira para o senhor Mendes no hotel de três estrelas CINCO ESTRELAS.
Desde o bombardeio o hotel estava fechado e o senhor Mendes a muito tinha saído da cidade. A única vez em que ela retornou para o que sobrou do Hotel Cinco estrelas em que trabalhava; foi para procurar o que pilhar.
Há vários quilômetros da sua casa, os saqueadores e comerciantes faziam barganhas em uma grande feira. No inicio Alixandra não queria levar as coisas que pegara nas casas e tinha intenção de devolver, mas as coisas estavam ruins a muito tempo, mesmo antes do bombardeio sua mãe já estava doente e dependia do trabalho dela como faxineira em uma loja. Sem emprego e com a cidade praticamente abandonada, não tinha escolha, a não ser vender tudo o que tinha recolhido. Os primeiros meses de fartura ilusória foram o suficiente para ensiná-la a não vender tudo de uma vez e poupar algo para o futuro. Nas suas primeiras visitas foi enganada varias vezes e com a experiência aprendeu o que fazer para negociar no mercado.
Chegando ao mercado foi até uma barraquinha de comida. Eram os lugares mais abarrotados, era comum que no meio da tarde já não se encontrasse mais comida no mercado. Procurou bastante durante todo o final de semana e não encontrou nem ao menos uma migalha em todo o mercado. Ela trocou um baralho de cartas e alguns brinquedos por alguns bolinhos gordurosos feitos de restos de comida fritos em óleo velho e um copo de água filtrada.
Estava cansada e com fome, nem ao menos sentia o gosto do que estava comendo. Ela atravessou o mercado olhando para as barracas e o rosto das pessoas sem esperança se movendo como zumbis.
Mesmo em dia de semana, à tarde já havia muitas garotas esperando alguém que se interessassem por elas. Algumas eram mais novas do que ela, outras que ela tinha certeza de ter visto na escola viravam o rosto inutilmente para que não fossem reconhecidas por ela. Lá estava Cristina e outras amigas das ex-amigas de Belle fingindo que não a conheciam. A cada dia aumentava o numero de garotas que ela conhecia da escola. Ela analisou todas as garotas que encontrava até parar a frente de uma garota em particular que geralmente não era muito escolhida. Era magra e podia se ver o contorno de suas costelas, mesmo assim não era tão magra quanto ela, não tinha um cabelo horrível como uma vassoura, não tinha marcas de queimadura pelo corpo, não tinha uma mão amaldiçoada.
Nem mesmo isso ela poderia fazer.
Chegando no outro lado do mercado perguntou pelo chapeleiro louco, era um dos códigos do submundo para um dos maiores traficantes da cidade. Ela foi levada até uma casa próximo do mercado aonde um bando de sujeitos mal encarados se aqueciam e conversavam na frente de uma fogueira.
Um sujeito gordo e mal vestido a atendeu. Ela retirou um colar do bolso e lhe entregou.
- É um enfeite bonitinho. - Elogiou o homem gordo.
- É de verdade. - Retificou Alixandra.
- Tem procedência duvidosa. - Continuou o gordo. - Eu pago quinhentinhos.
- E se fosse de verdade? - Desafiou a garota.
- Se você puder provar... - O homem acendeu um charuto muito fedorento. - Se você tivesse como provar que é de verdade, eu te dava no mínimo 50000.
Como uma arma; ela sacou um porta-jóias aberto, com o documento do colar de perolas a mostra. O homem ficou muito zangado e engoliu seco. No fundo da sala, um homem simpático e bonito se levantou rindo e batendo palmas.
- Muito bom. Muito bom. - Ele substituiu o homem gordo e antipático e deu uma boa olhada no documento enquanto escorregou o colar pro bolso.- Você é esperta menina.
Ela havia andado muitas horas carregando muito peso e estava cansada, não tinha humor nem forças pra forçar um sorriso.
- Me chamam de Lebre de Março. - Ele esticou a mão.
- Alix! - Respondeu cumprimentando. - Senhor Lebre de Março.
- Só lebre é mais do que suficiente! - Ele deu uma rápida olhada nela de cima a baixo. - Então! O que vai querer? Um cigarrinho? Algumas bolinhas pra alegra? Você não me parece do tipo que curte agulhas.
- Eu fiz uma encomenda na sexta. - Dizendo isso entregou um papel.
- Sim chegaram algumas coisas hoje. Essas semanas andam loucas, chega no sábado e já não se encontra mais nada em todo o mercado.
- Eu sei. - Respondeu amargamente se lembrando que passou os últimos dois dias sem comer nada.
- Morfina. Você tem gostos bem interessantes. - O rosto do homem foi se tornando cada vez mais serio e preocupado. - Isso não dá barato.
- Minha mãe esta doente. - Respondeu a menina.
Ele deu uma olhada de cima em baixo na menina e olhou o grande saco que estava no chão.
- O que é isso?
- É para o sr Pontes.
- Você precisa de comida? - O sr Pontes era um negociante de comida. - O que tem dentro?
- Roupas de homem.
- Posso ver?
Alixandra concordou. Lebre se levantou e deu uma boa olhada na sacola.
- Roupas de marca. - Comentou. - Consigo mais do que o sr Pontes nisso. - Dizendo isso pegou o saco e levou para dentro.
A garota tentou protestar, mas ele a convidou para entrar e se sentar na cozinha.
Era a cozinha de um restaurante e o cheiro de comida estava inebriante, na mesa havia os restos do que há pouco deveria ter sido um suntuoso banquete e uma belíssima cesta de frutas.
- Do que você precisa? Comida enlatada? Não perecíveis?
- Eu tenho tudo isso. - Respondeu de forma cansada. - Preciso de carne, leite e legumes.
Ele deu uma olhada de cima a baixo na menina.
- Há quanto tempo você não come carne e legumes?
- Não sei.
- Pouco ou mais que um mês?
- Mais.
- E a pessoa que toma esses remédios?
- Também.
- O que ela anda comendo?
- Conservas e pratos prontos.
- Sabe que isso não é muito bom, não é?
- Eu sei. - Respondeu deprimida.
O homem foi até um enorme refrigerador e retirou um saco com o que pareciam brócolis congelados.
- Verduras congeladas. Você pode ter um estoque disso que duram alguns meses.
Ela não podia acreditar no que via, aquilo era muito bom pra ser verdade. Finalmente ela soltou um sorriso.
Lebre retirou alguns pratos do forno e serviu para a menina que salivava como um cachorro.
- O que acha de receber o valor das suas coisas em mercadorias?
- Cinqüenta mil é muita coisa. - Respondeu a menina.
- Não pra mim! Eu posso entregar na sua casa. - Respondeu Lebre olhando com muito interesse para a menina. - Se estiver interessada, eu posso ser de muita ajuda pra você.
- Eu sou muito magra e o meu corpo está muito machucado, - Alixandra compreendeu muito bem, as intenções de Lebre.
- Eu posso te alimentar. - Dizendo isso empurrou algumas cerejas na boca dela. - Tenho tudo o que é necessário, para curar você e a sua mãe.
Aquelas palavras foram tudo o que precisava ouvir. Lebre realmente podia dar tudo o que sua mãe precisava, nada que ele pedisse em troca seria alto demais, em comparação a vida de sua mãe. Mesmo assim, ela nunca poderia aceitar, por causa de sua mão amaldiçoada.
- Seu machucado esta sangrando. - Comentou Lebre apontando para o curativo.
Alixandra nem percebeu que devido ao esforço de carregar o pacote seu machucado havia aberto.
- Eu tenho como que tratar isso.
Rapidamente ele saiu da cozinha e em poucos segundos voltou com uma maleta medica.
- Existe alguma coisa que você não tenha?
- Provavelmente não.
Alix tentou evitar que ele tocasse nas bandagens, mesmo desnutrida e enfraquecida ela poderia ser considerada muito ágil e forte para uma garota da sua idade. Proporcionalmente Lebre era mais muito rápido e forte do que uma pessoa normal. Independente do que tentasse fazer ele a imobilizou. A garota estava completamente a sua mercê. Ele cortou as bandagens e olhou atentamente para o machucado. Toda a simpatia desapareceu do seu rosto.
Ciclo três
Lentamente Lebre analisou o corte no pulso de Alixandra. Apesar dos pontos ainda sangrava abundantemente.
- O que é isso?
- Eu... Eu... Tentei me matar.
- Pelo ângulo do corte é obvio que você mesma que fez isso. - Alixandra tentou se soltar, mas o homem segurou tão forte que mal pode se mover. - Isso não é um corte de quem queria se matar, mas de quem queria cortar a mão fora. Se quisesse se matar não teria cortado tão forte.
Ela não podia mais conter as lagrimas. O desespero tomou conta do seu corpo.
- Por que você não abre sua mão? - Lebre puxou a roupa dela com força revelando as marcas do seu corpo. - Talvez tenham alguma coisa a ver com essas queimaduras em forma de mão no seu corpo?
Ele sabia! Ele sabia! Tudo estava perdido.
Alixandra desesperadamente tentou se soltar, mas ele parecia extasiado ao vê-la sofrer. Procurar o chapeleiro louco fora o pior erro de sua vida. Ele apertou seu pulso com força e para seu desespero sua mão se abriu o calor era tão intenso que formou uma distorção no ar acima da cima palma do tamanho de um melão. Lebre pegou um cigarro e o acendeu aproximando da bola.
- Uma Mera! - Comentou rindo. - Você consegue controlar?
- Não!
- Um Mera espontâneo! - Lebre parecia uma criança encantada com um brinquedo novo. - Há quanto tempo você tem isso?
- Eu não sei!
- Há quanto tempo tem isso? - Ele forçou mais ainda.
- Mais de um mês!
- Quando é que acaba?
- Não acaba!
- Então só para quando você dorme?
- Não! Continua.
- Esta me dizendo, que você tem um Mera espontâneo, constantemente a mais de um mês?
- Sim! - Respondeu chorando desesperada.
- Não me admira que esta tão magra e seca. Com essa coisa te sugando dia e noite é de se admirar que não esteja morta.
Lebre procurou alguma coisa nos bolsos e retirou uma medalha com um grande cordão de contas. Ele murmurou alguma coisa para a medalha e cuidadosamente empurrou a bola de calor e colocou o medalhão na palma de sua mão e enrolou o cordão em volta.
- Como?...
- Nós temos que saber um pouco de tudo, inclusive bruxas.
- Do que esta falando? Eu não estou entendendo. Não vai me entregar?
- Eu não vejo muita vantagem nisso, afinal o que eu faço não é exatamente do agrado dos militares e eu posso conseguir algumas formas de ganhar dinheiro com a sua... Habilidade.
Alixandra não podia acreditar, após todo esse tempo seu tormento havia acabado. Estava frio como se nunca tivesse tido nada. Ela olhou espantada para Lebre chorando de alegria.
Alixandra não tinha palavras pra expressar o que estava sentindo, estava tudo finalmente resolvido.
- Então... - Comentou Lebre enquanto terminava o curativo no braço dela. - Fazemos negocio?
Ciclo quatro
Abryele chorou de tristeza por horas.
Sua doce e dedicada filhinha estava com terríveis problemas: o seguro mal era o suficiente para pagar as contas da casa e ela trabalhava meio período fazendo a limpeza de um hotel, agora estava muito machucada e não parecia que se alimentava muito bem.
Ela queria com todas as forças que Alixandra fosse a festa. Mais do que ninguém ela tinha o direito de se divertir como uma garota normal.
Quando era jovem fazia seus próprios vestidos, tinha certeza que poderia alterar alguns dos seus antigos vestidos. Ela assistia bastante televisão e sabia como as jovens costumavam se vestir, mesmo não tendo muito contato c.
Por quase seis meses Abryele não saiu do seu quarto, com bastante esforço se levantou e se arrastou pelo corredor como fazia para ir ao banheiro do quarto.
Quanto chegou ao corredor alguma coisa terrível subiu pela garganta. Seu quarto e banheiro eram limpos e arrumados, Alixandra estava sempre cuidando para que ela tivesse conforto, mas o resto da casa estava completamente largado como se fosse uma casa abandonada. Havia pilhas de coisas por toda parte, roupas, quadros e aparelhos eletrônicos estavam amontoados pelo chão, em cadeiras e nas mesas.
O quarto de Alixandra estava cheio de roupas por toda parte, seu banheiro estava imundo com dezenas de produtos de limpeza e beleza espalhados.
Por alguns instantes não entendeu o que estava acontecendo, mas logo compreendeu tudo. O noticiário estava sempre falando sobre as pilhagens a casa das pessoas que fugiram para o campo. Os mercados negros aonde contrabandistas e saqueadores vendiam doces e bolos feitos de restos de comida e moças de família vendiam seus corpos em troca de um pouco de comida.
Conhecia muito bem a sua filha e sabia que mentira quando disse sofrera um acidente. Alguém havia machucado sua filhinha, aquele braço enfaixado com manchas de sangue não parecia um acidente. Para seu desespero não havia nada que pudesse fazer.
Procurou em meio às pilhas de roupas, um vestido que pudesse ajustar para sua filhinha. Era a única coisa que podia pensar em fazer. Conforme costurava lembrava de tudo o que aconteceu e se sentiu muito mal. A grande fartura logo após o bombardeio, os últimos meses onde só comia pronta.
Lagrimas corriam pelo seu rosto, ela não podia evitar.
Ciclo cinco
Lebre levou um carro cheio de comida para Alixandra até uma das casas abandonadas próximas a sua. Apesar de tudo ainda não confiava em Lebre e não queria que ele soubesse aonde ela morava de verdade.
O colar de perolas e as roupas que havia dado em troca daquela comida valia muito mais, mesmo assim ela não se importou. Ha quase três meses não comia nada decente e pelo que Lebre havia dito aquela coisa em sua mão direita fazia com que ela precisasse muito mais de comida do que o normal.
Ela não podia se conter de tanta alegria, com o medalhão na sua mão ela não esquentava mais e todos os problemas foram resolvidos. Durante o resto da tarde levou os pacotes de comida para sua casa de verdade por dentro de casas abandonadas e por áreas de risco interditadas. O cadáver ainda estava lá e ninguém havia tomado nenhuma providencia, mesmo assim isso já não a incomodava mais.
Graças ao medalhão conseguia usar melhor o seu braço direito, mesmo assim o curativo que Lebre tinha feito era muito apertado e dificultava pra se mover.
Começou a anoitecer e ainda faltavam algumas caixas, antes de fazer o jantar ela resolveu entregar algumas frutas pra sua mãe.
Sua mãe ficou muito feliz por comer frutas e legumes de novo, toda energia do seu corpo parecia ter sido recuperada, tinha vontade de pular, dançar e cantar.
Ciclo seis
Pouco depois de Abryele terminar de costurar o vestido escutou um barulho, era sua filha que havia acabado de chegar e subia as escadas ruidosamente. Seu rosto parecia que ia explodir de felicidade, carregava um punhado de frutas e um pacote de remédios. Estava afobada e queria que ela comesse.
Quando mostrou o vestido Alixandra teve um choque, mas em poucos momentos mudou para extrema felicidade. O vestido era muito bonito, longo e com mangas compridas, cobria todo o corpo impedindo que se vissem as marcas no seu corpo e com uma tipóia que combinava.
Alixandra ficou muito feliz e colocou o vestido, mas não prometeu que iria a festa, disse que ainda tinha algumas coisas a fazer.
Abryele continuou comendo as frutas e escutando o barulho de sua filha entrando e saindo de casa arrastando caixas pelo chão, pensando que provavelmente ela estava trazendo mais coisas das casas vizinhas.
Em determinado momento alguém lentamente entrou pela sua porta, mas não era sua filha.
Um comentário:
Nossa ela devia ir pra escola do professor Chavier(X-Men) estudar com os outros.Brincadeirinha tô adorando......
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