Capitulo oito

08

Exames


09:00H.

Área externa Sul. Estação de trem.

Maria Mercedes esperava pacientemente na grande estação do castelo sephirot. Muitos soldados ficavam por lá, era a ultima fronteira entre o mundo mágico e o mundo normal.

Os funcionários no pátio de trem olhavam e cochichavam olhando para ela. Apenas oficiais e pessoas com habilidades mágicas podiam entrar na propriedade do castelo e a maioria deles não fazia a mínima idéia do que acontecia em sephirot. Ela própria não reclamava deles já que ela própria não podia andar em boa parte do castelo e não sabia o que acontecia.

Por séculos os Magos viveram a parte da sociedade como seres divinos superiores aos mortais e mesmo na atual situação ainda estavam muito acostumados aos hábitos secretos.

O professor Kazam não gostava da falta de interatividade entre os magos e as pessoas comuns, por isso implementou elementos mágicos na estação. Muitos golens de bronze e gárgulas andavam pela estação carregando coisas e ajudando na segurança, mesmo os funcionários usavam muitos elementos mágicos.

Enquanto esperava se distraia olhando os vários texugos e esquilos voadores ajudavam na limpeza e na manutenção.

Os trens sempre chegavam no horário mesmo assim ela esperou bastante tempo. Um vagão hospitalar especial. Transitava apenas entre a cidade de Tor e o castelo.

Ela tentou disfarçar o seu sorriso, mas não conseguiu, de dentro do vagão ele saiu com a camisa aberta e seus enormes curativos a mostra, tinha uma grande garrafa de energético em uma das mãos e um olhar obstinado.

- Eu trouxe sua farda, senhor. – Maria estendeu a farda que ele vestiu prontamente. - Eu sei que não gosta de andar sem ela.

- Muito obrigado cadete Mercedes. Sua gentileza sempre é muito estimulante.

Maria ficou muito feliz. “Muito estimulante” De seu modo esse era um grande elogio, nada como “muita estima para mim” mas era muito bom.

- Senhor! – Maria não queria estragar o humor dele. – Talvez o senhor se interesse em saber que as garotas de Galita estão aqui.

Ele parou de andar por alguns instantes e se voltou pra ela.

- Eu pensei que elas iam para Holloway.

- mas elas estão aqui.

- Curioso... - Ele pensou. - Estamos muito longe. Por que as trouxeram?

- Eu estive pensando. – Ponderou Maria. – A garota manifestou um Merazoma. Acredito que isso chamou a atenção de alguém aqui no castelo.

- Bem pensado Maria. – Ele voltou a andar com um ar totalmente tranqüilo. - es

Ele a chamou pelo primeiro nome, já era a segunda vez.

- Vamos até os seus aposentos senhor?

- Não! Vamos até a área de lazer já faz uma semana que eu estou fora, quero ver que baderna aconteceu enquanto Derek Dietrich estava fora.

10:14H.

Torre Norte de Kéter. Primeiro andar.

No consultório da doutora Tibiriçá ela examinou os testes das duas.

- Você não consegue correr nem 50 metros, mal tem fôlego pra respirar, seu sangue é tão ralo que parece água suja, suas ondas cerebrais estão praticamente dormentes, não possui reflexos, sua pressão esta perigosamente baixa. Pelo que eu encontrei em seu organismo podia pensar que andou comendo lixo.

Alixandra escutava angustiada.

- Eu vou recomendar uma poção de nutrientes e uma coleira de recuperação. Você vai ter que comer a cada hora.

- Esta brincando? – Se espantou Alixandra. - Comer a cada hora?

A doutora apenas a olhou com desagrado e lhe deu uma garrafa.

- Belle você está com níveis altos de stress. – Quero que vá imediatamente a estufa da professora Isma. As irmãs Puro-osso vão com você.

Belle olhou para os dois esqueletos vestidos de enfermeiras dando risadinhas enjoadas e teve um calafrio.

- Eu tenho que ir mesmo? – Implorou Belle. – Eu quero ficar com a Alix.

- Alixandra tem uma lavagem pra fazer. Alem disso, seus poderes se manifestam descontroladamente, se não fosse pelo seu selo, metade deste consultoyio sala já estaria destruído.

Belle foi com as irmãs Puro-osso fazendo uma careta.

- O que é essa lavagem? – Perguntou Alixandra apreensiva.

- Eu vou lhe aplicar uma injeção e na próxima hora as toxinas do seu corpo vão sair por onde puderem. – A doutora pegou uma seringa nem um pouco pequena. – Tire a roupa, isso não vai ser agradável.

10:25H.

Belle vestiu seu uniforme e acompanhada pelas irmãs Puro-osso, foi até uma das salas móveis. Saíram em um corredor com um longo balaústre com vista para as outras torres do castelo. Ela acompanhou as irmãs sempre olhando para o pátio lá embaixo, as gárgulas e esculturas olhavam para os alunos e algumas faziam comentários entre si, aquilo lhe dava arrepios. Duas estatuas de mulheres com frutas abriram a porta para ela entrar e deram um sorriso, naquele piso havia um grande e florido jardim onde vários alunos estavam sentados em volta da professora sentada em uma fonte. No fundo podia se ver uma enorme estufa por trás das arvores.

Quando entraram todos se viraram para elas, até mesmo as estatuas do jardim e a sereia na fonte. Aquilo realmente era esquisito.

Quando entraram todos se viraram para elas, até mesmo as estatuas do jardim e a sereia na fonte. (Aquilo realmente era esquisito.)

- Estamos atrapalhando? – Perguntou uma das irmãs se aproximando.

- Em que posso ajudá-las? – Perguntou a simpática professora Isma.

- Trouxemos Belle para ser uma de suas garotas. – A outra irmã deu um cartão para a professora Izma que leu superficialmente.

- Então você está com stress e isso lhe provoca manifestações espontâneas?

- Ela acabou com um esquadrão de arcanos. – Gritou um dos alunos.

- É a Pudim! – Gritou outro aluno e logo começaram a soltar aplausos, uivos e assovios.

- Turma! Turma! - A professora deu um sinal esperando que parassem com a algazarra. – Eu sei que é impressionante e andam comentando de seu caso na escola inteira, mas a srta. Pudim tem um problema e todos nós sabemos muito bem o que é isso. Alguém se incomoda se começarmos desde o básico para a srta. Pudim?

- Não! – Responderam em coro.

- O stress é o resultado de uma reação que o nosso organismo tem quando estimulado por fatores externos desfavoráveis. Ele é uma forma natural de aumentar as habilidades do nosso corpo e deixá-lo em alerta. – Explicou a professora Izma. – O problema é exatamente quando ele persiste causando sérios danos no organismo. Podem nos dizer quais são as sete causas do stress?

Todos os alunos responderam em coro.

Excesso de atividade ou má distribuição do tempo.

Acúmulo de raiva e sentimentos negativos.

Problemas de relacionamento.

Descontrole diante de situações críticas.

Preocupação excessiva.

Falta de descanso e lazer.

Dificuldade de lidar com as perdas.

- Muito bem! – Elogiou a professora com umas palmadinhas. – Agora srta. Pudim pode nos dizer quais dessas razoes estão lhe causando stress ultimamente?

Belle pensou por alguns segundos. – Todas as sete. Acho...

- mas que coisa terrível. – A professora colocou Belle sentada bem no meio do jardim. – Vamos agora lhe ensinar exercícios de vocalização para que compreenda como harmonizar as energias do seu corpo.

A professora mandou que todos deitassem na grama e olhassem as nuvens.

- Agora que estão bem relaxados vamos ao primeiro exercício.

A professora fez um gesto e todos começaram a entoar os mesmo sons juntos com ela.

- HAAAAAAAAAUUUUUUMMMMMMMMMM!

12:00H.

Torre Norte de Kéter. Piso térreo.

- Algum problema? – Perguntou Nicole enquanto ela se sentava à mesa. – Vocês não parecem nada bem.

- Eu me sinto péssima. – Respondeu Alixandra mal agüentando levantar o garfo depois da lavagem.

- Eu estou muito estressada. – Respondeu Belle se lembrando das irmãs Puro-osso.

Nicole continuou comendo olhando pra elas muito interessada.

Um bando de garotas apareceu e se sentou à mesa, eram do clube de eventos todas interessadas no festival do equinócio de outono.

- Vocês estão gostam mesmo desse festival de outono.

- Que nada! – Respondeu uma das garotas. – Bom mesmo é o solstício de inverno.

- Nós somos as que mais trabalham nessa escola. – Suspirou Nicole. – Assim que acabar o festival de outono já vamos começar os preparativos para o dia das bruxas, depois o solstício de inverno, o fim de ano, o equinócio da primavera, o solstício de verão e depois começa tudo de novo. Sem falar nos rituais de lua cheia todo mês e outras coisas que os arcanos inventam.

- Então porque vocês são desse clube? – Perguntou Belle.

- Somos as que mais se divertem...

12:00H.

Torre Norte de Kéter. Piso térreo.

- Algum problema? – Perguntou Nicole enquanto ela se sentava à mesa. – Vocês não parecem nada bem.

- Eu me sinto péssima. – Respondeu Alixandra mal agüentando levantar o garfo depois da lavagem.

- Eu estou muito estressada. – Respondeu Belle se lembrando das irmãs Puro-osso.

Nicole continuou comendo olhando pra elas muito interessada.

Um bando de garotas apareceu e se sentou à mesa, eram do clube de eventos todas interessadas no festival do equinócio de outono.

- Vocês estão gostam mesmo desse festival de outono.

- Que nada! – Respondeu uma das garotas. – Bom mesmo é o solstício de inverno.

- Nós somos as que mais trabalham nessa escola. – Suspirou Nicole. – Assim que acabar o festival de outono já vamos começar os preparativos para o dia das bruxas, depois o solstício de inverno, o fim de ano, o equinócio da primavera, o solstício de verão e depois começa tudo de novo. Sem falar nos rituais de lua cheia todo mês e outras coisas que os arcanos inventam.

- Então porque vocês são desse clube? – Perguntou Belle.

- Somos as que mais se divertem...

13:00H

Torre central de Tifereth. Escritório do professor Kazam.

- Os professores prepararam estas provas de avaliação para testar as suas habilidades em conhecimentos gerais. Não se preocupem, todas as perguntas são de matérias que vocês recebem no currículo normal e feita para garotas da sua idade e do seu nível escolar.

- Quanto tempo nós temos? – Perguntou Alixandra.

- O dia todo. Eu também quero que tomem um copo disso antes de cada prova.

- O que é isso?

- Uma poção! Vai fazer suas habilidades acadêmicas ficarem no auge, recuperar suas forças e principalmente acalmá-las.

O professor entregou envelopes e um copo com um líquido cinza borbulhante e soltando um desagradável vapor com cheiro de enxofre.

Alixandra se lembrava vagamente de muitas perguntas. Nos últimos tempos ela estava muito ocupada e não prestava muita atenção nas aulas. De vez em quando o professor dava um incentivo pra ela quando a via animada.

Belle parecia renovada de vez em quando soltava uma risadinha e olhava com o canto do olho pra ver como Alixandra ia indo.

13:58H.

Alixandra olhou para a janela do lado de fora e viu um burro parado olhando para ela. Fechou bem os olhos e quando abriu o burro ainda estava lá do lado de fora olhando para ela.

Alixandra ficou com vontade de falar com Belle ou perguntar pro professor porque tinha um burro do lado de fora da janela, mas antes que ela pudesse fazer isso o burro abriu as asas e foi embora.

14:08H.

A poção do professor dava muita vontade de ir ao banheiro. Alixandra já não agüentava mais segurar.

O professor deu permissão para ela usar o banheiro, ele ficava atrás de uma parede secreta que parecia um grande espelho.

Alixandra entrou e fechou o trinco da porta. O banheiro era grande e todo verde, com moveis e até uma banheira de madeira. Ela ficou feliz que o sanitário não era de madeira apesar do assento.

A janela era muito grande e alta. Ela ficou incomodada com a idéia de que o burro voador passasse para espiá-la e não gostou muito. Foi então que ela percebeu um grifo deitado no tapete no meio do chão do banheiro aparentemente olhando uma revista.

Ela não sabia o que fazer. Estava tão apertada que mal podia se mexer, até ir falar com o professor provavelmente ia fazer no meio do caminho e o que o professor ia dizer? Cuidado que ele bica? Apenas ignore-o e vá em frente? Desculpe-me eu esqueci que deixei um grifo no banheiro? Como diabos essa coisa foi parar ai?

Não havia tempo para hipóteses era hora da ação. Ela arriou as calcinhas e dane-se o bicho. Novamente ela não percebeu um detalhe, havia um espelho enorme bem em frente a ela. Existe uma coisa muito desagradável em usar o banheiro com um espelho na sua frente, é quase como se tivesse alguém olhando pra você. Mesmo que esse alguém seja você mesma.

Tentou desviar o olhar e olhou para o grifo que continuava a ignorando e de vez em quando virava a pagina da revista. Não deu pra saber sobre o que era a revista, nem sobre o que o grifo estava olhando ou lendo, mas em determinado momento aparentemente ele ficou incomodado de ser vigiado e olhou com um jeito de desaprovação para Alixandra. Ela olhou para outro lado e o grifo voltou para a revista.

Quando terminou o grifo começou a olhar para ela, enquanto se limpava, enquanto colocava a calcinha, enquanto lavava as mãos, enquanto se enxugava. Estava começando a ficar realmente irritada com aquele bicho.

Antes de sair do banheiro o grifo soltou um assovio e disse:

- Não vai dar a descarga não?

14:26H.

Belle foi ao banheiro e logo se ouviu um grito.

- Tem um... Uma coisa no banheiro!

O professor Kazam levantou seus óculos ao rosto espantado e comentou.

- Ainda? Ele lê muito devagar.

14:53H.

Belle havia terminado seus testes e estava sentada em uma poltrona tomando chá enquanto Alixandra continuava fazendo os testes. O professor flutuou em sua poltrona para ficar próximo a ela.

- Belle eu gostaria de conversar com você.

Belle largou a xícara e o olhou com atenção.

- Eu vi que você teve grande destaque em sua outra escola e que fazia parte do corpo estudantil.

Belle concordou com a cabeça.

- Você já deve ter percebido que as disciplinas dessa escola são bem diferentes do que esta acostumada. Você pode ter problemas por não se desatacar tanto quanto antes. Principalmente porque a sua educação em particular lhe deu uma certa aversão ao nosso estilo de vida.

- Eu já pensei nisso. – Respondeu Belle. – Eu já não acredito mais no que me ensinaram.

- Mesmo assim eu gostaria que você se ocupasse com alguma atividade familiar. Por isso eu estive pensando em alguns clubes que talvez você se interesse em entrar.

- Professor eu estive pensando em uma coisa...

- Pensar é uma coisa boa.

- Eu sempre aprendi que bruxos são maus e que corrompiam as leis divinas de Pravda. Quando eu estou sozinha eu não consigo para de pensar que tudo isso esta errado que é mentira. Tudo o que eu vejo é mentira.

- E o que você vê que lhe parece uma mentira?

- Esse lugar. Ele parece uma igreja velha. Essa mágica que esta em toda parte. Todo mundo feliz e alegre. mas não pode ser... Não pode ser assim...

- Por que não?

- Porque não me ensinaram assim. Minha mãe sempre me disse que bruxos são maus, Meu pai...

Belle não conseguiu conter as lagrimas.

- Ele comprava amuletos contra bruxas pra mim. Toda semana me dava um novo. Ele... Ele...

- Ele sabia que amuletos contra bruxas duram muito pouco tempo quando são usados por bruxas. Por isso que sempre lhe dava novos, para que ninguém soubesse.

Belle caiu aos prantos nos braços do professor.

- Aqui beba mais um pouco de chá.

- Sempre que eu bebo esse chá eu me sinto melhor. Tem alguma coisa nele?

- Tem.

- Eu posso levar pro quarto?

- Não. – O professor passou a mão na cabeça dela. – Esse chá vai te ajudar agora, mas se você tomar demais vai te fazer mal, como todo remédio.

Belle ficou mais deprimida ainda.

- Belle! Eu quero que você me acompanhe, você vem do sul da Eslava não é verdade?

Belle concordou.

- E apesar de sua descendência Gaélica sua família a ensinou nas crenças Eslávicas. Que Svarog o avô dos deuses criou os três mundos, Jav o mundo material, Nav o mundo imaterial dos espíritos e Prav a lei divina que rege tudo e não pode ser violada. Você já leu o livro sagrado de Veles que conta a historia dos deuses Eslavos?

Novamente Belle concordou.

- Em algum momento lá diz o que é proibido pela lei de Prav?

- Ele diz que a lei de Prav é e que não pode ser quebrada porque o mundo gira em torno dela.

- Exatamente. As leis da física, da mágica e da natureza, são todas as leis de Prav. Não podem ser quebradas porque é impossível. Nós usamos essas leis pra fazer mágica. Não as quebramos.

Belle se sentia um pouco melhor e tomou mais uma xícara de chá.

O professor se voltou para Alixandra que estava atenta a conversa.

- Se já terminou o teste eu posso recolhê-lo agora.

Alixandra tomou um gole da poção e voltou a escrever rapidamente.

- Já esta no horário do intervalo. As aulas oficiais terminaram, agora sobram às atividades extracurriculares e clubes. Vou mostrar algumas opções para Belle.

- Eu ainda não terminei. – Alixandra reclamou puxando a prova.

- Não se preocupe eu acho que você deveria descansar. Por que não vai até Aleph?

Belle se levantou para acompanhar Alixandra, mas o professor a deteve.

- Vamos fazer uma coisa. Eu vou te levar pra tomar um chá com os outros professores e o corpo estudantil. Acho que isso pode distraí-la.

Alixandra parou na porta.

- E quanto a mim.

- Alixandra você pode ir. Amanhã cuidaremos de você.


Continua...

Um comentário:

Anônimo disse...

oie, eu so uma miga do André...enfim,ele me mostro essa história (ainda do lendo xD)
E simplesmente ameiiii \\o//
Vc é um ótimo escritor e deveria publicar o libro ;)

Ah, me ensina a jogar essas cartas (laminas melhor dizendo) *.* hehehehe
bjuxxx